lobby do hotel Luisenhof (Foto: Roberto Stuckert
Filho / Presidência)
“Eu reconheço que [a política cambial] é um mecanismo de defesa, mas você ganha tempo só. O que o Brasil quer mostrar é que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado que é o câmbio, uma forma artificial de proteção do mercado. [...] Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger", afirmou a presidente a jornalistas em Hannover, no lobby do hotel Luisenhof.
Perguntada sobre quais medidas poderiam ser tomadas, ela citou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada, para reduzir a entrada de dólares no país.
A presidente voltou a afirmar também que as políticas cambiais geram um efeito “extremamente nocivo” sobre as economias emergentes, como o Brasil, ao "desvalorizar de forma artificial as moedas".
“Eu acho que uma coisa importante é que os países desenvolvidos não só façam políticas expansionistas monetárias, mas façam políticas de expansão do investimento. Porque o investimento não só melhora a demanda interna, mas abre também a demanda externa para os nossos produtos.”
Ainda nesta segunda, Dilma se encontra com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O tema do encontro será a crise financeira internacional. Conforme a agenda oficial da presidente, ela participa às 18h do horário local (14h de Brasília) da cerimônia de abertura da Feira Internacional das Tecnologias da Informação e das Comunicações, a Cebit. Na sequência, vai a jantar oferecido por Merkel e depois tem um encontro privado com a chanceler.
Tsunami monetário
Na semana passada, Dilma classificou de "tsunami monetário" provocado pelos países ricos a política monetária que prejudica a indústria. De acordo com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a presidente deverá conduzir a conversa com a chanceler alemã "no mesmo tom" em que vem se manifestando em relação à crise.
Nesta sexta-feira (2), Merkel chegou a dizer que entende as críticas
feitas por Dilma. "De certa maneira, eu entendo as dúvidas dela. É por
isso que vou tentar dizer a ela que planejamos perseguir reformas desta
vez, que nós certamente não vamos adotar medidas semelhantes de novo",
declarou.
Acompanham Dilma na Alemanha os ministros Antonio Patriota (Relações
Exteriores), Fernando Pimentl (Desenvolvimento), Marco Antonio Raupp
(Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Helena Chagas
(Comunicação Social), além dos governadores da Bahia e do Rio Grande do
Sul, Jaques Wagner e Tarso Genro respectivamente.Na terça-feira (6), logo cedo, às 9h, Dilma planeja visitar a feira por cerca de duas horas, começando pelo pavilhão do Brasil. Após pronunciamento à imprensa, previsto para as 11h30, a presidente participa de um almoço de trabalho com a Confederação da Indústria da Alemanha e empresários brasileiros e alemães.
Dilma deixa a Alemanha ainda na terça e retorna ao Brasil.
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